A Single Kiss ano X:
The Chestnut Tree Café
"Under the spreading chestnut tree, I sold you and you sold me"
-- George Orwell - "1984"

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sexta-feira, outubro 01, 2004

 

"Eleições" ou "Dos males o menor"

Poisé, e mais uma vez nós cariocas vamos ter que votar por exclusão, votando não em quem a gente achar melhor, mas excluindo os piores e votando no "menos mau" que sobrar. Espero que desta vez pelo menos consigamos evitar o maior dos males, já que da última vez a estupidez da maioria predominou por pouco, e o estado está engolindo (mal) a Rosinha por culpa do rebanho de fanáticos evangélicos. Dá até medo olhar para as possibilidades que temos pra prefeito, e não tem como não partir pra linha do "dos males o menor". E com a linha de frente de candidatos que temos, pensando por esse raciocínio fica até fácil escolher: já basta uma evangélica como governadora, outro como prefeito não, né?

Sem precisar de qualquer análise caracterológica ou embasamentos teóricos: olhem para qualquer foto do "bispo" Crivella e me digam se a expressão dele não bate como algo errado, gerando um certo receio? Os olhos rasos e sem expressão parecem os de um psicótico, a amostra de dentes que se diz um sorriso dura e pela metade, sem envolver qualquer músculo do rosto, parece mais um esgar, não sei se de ódio, nojo, desprezo, ou todas as anteriores. Se aquilo é o melhor que ele consegue fazer em termos de sorriso, tem algo de profundamente perturbado nesse sujeito. Tudo bem, a gente sabe que sorriso de político é forçado mesmo, e sorrisos artificiais são facilmente identificáveis sem precisar de qualquer técnica para avaliá-los, mas aí já é demais, a coisa sequer passa perto de um sorriso!

Não que o sorriso do César Maia em seus cartazes fique atrás: a testa franzida, o lábio superior e o nariz franzidos, os olhos ferozes, ali temos uma expressão de raiva mais definida, mas até isso eu acho menos mau, porque está expressando alguma emoção! Como também dá desgosto votar no Cesar Maia -- que seria a escolha mais óbvia contra o Crivella --, e Conde também é foda, o lance é ver se um dos outros dois pretensos de esquerda que sobram ficam emparilhados com o Crivella na última pesquisa pra ir na deles, na esperança de que se houver segundo turno seja entre um deles e César Maia. Que merda ter que pensar assim...

O que eu achei de pior no debate de ontem, chegando ao constrangimento, foi os concorrentes ao segundo lugar, na hora de fazerem perguntas uns pros outros, terem quase que exclusivamente feito perguntas do tipo "você não acha que o César Maia é um mau menino?", pra ficarem em suas respostas, réplicas e tréplicas malhando o cara, pondendo atacá-lo na covardia sem que ele pudesse se defender, já que teoricamente a pergunta não era com ele. Claro, o jogo é esse mesmo, mas foi de uma baixeza tão pueril que até em políticos a gente se espanta de ver.

* * *

Ontem pela manhã eu ouvi uma chamada do Bittar no rádio que eu achei bastante curiosa. Era algo do tipo: "Tem muita gente que vai votar no César Maia por medo de que o Crivella vá para o segundo turno. Não vote por medo, vote por esperança. Vote no Bittar, que vai blábláblá...". O que eu achei engraçado foi que no desespero do vale-tudo da reta final, os políticos realmente apelam pra qualquer coisa, chegando a um extremo a princípio impensável: falar abertamente e com franqueza! Em geral eles são cheios de nove-horas e rodeios em seus argumentos, foi engraçado ouvir um deles abordando diretamente e admitindo a situação eleitoral.

* * *

Cthulhu for President

Falando em "dos males o menor", eu fui me lembrar da campanha que a Chaosium, editora do RPG "Call of Cthulhu", lançou na GenCon (grande convenção anual de rpg nos EUA) de 88 ou 92 para as eleições para presidente daquele ano: Cthulhu for President! Esta editora, fundada em 75, se apresentando com o slogan "Proudly planning the downfall of Humanity since 1975", lançou a campanha de Cthulhu para a eleição com a frase "Cthulhu for President: Why settle for the lesser evil?", que seria corretamente traduzido por "Por que se contentar com o menor mal?", mas poderia ser livremente traduzido como "Dos males o maior!".

Deixando de lado a referência nerd, é perfeito o deboche cínico dessa campanha, que contava com um acervo completo de material de propaganda: camisetas, bonés, adesivos, etc.. E eis que indo pesquisar algum link de referência para esse post, eu descobri que a campanha foi relançada para as eleições de presidente norte-americanas desse ano! Ela parece ter sido retomada por fãs, mas com o aval da editora (afinal têm direitos comerciais envolvidos), uma busca "cthulhu for president" no Google gera vários resultados interessantes sobre a campanha '04, mais interessante entre eles o www.cthulhu.org, o site oficial da campanha.

E no caso do Rio de Janeiro, a referência cai redobradamente, afinal se tivermos a dobradinha (com trocadilho, algo difícil de se engolir) Rosinha e Crivella no governo, nós vamos mesmo ter cultistas fanáticos e zumbis no comando...

Fechando, ao invés de uma citação direta de H.P.Lovecraft, uma versão mastigada, "The Thing That Should Not Be", do álbum "Master of Puppets" (vejam como as referências se somam, os títulos caem como luvas!) de 86, obra-prima do Metallica, e último com o falecido Cliff Burton dando sua maestria à banda. Ao ler os versos, pensem no Rio como já está e como viria a ficar com prefeito e governadora evangélicos, vejam se não dá uma recontextualizada interessante:

"Messenger of fear in sight
Dark deception kills the light
Hybrid children watch the sea
Pray for father, roaming free

Crawling chaos, underground
Cult has summoned, twisted sound
Out from ruins once possessed
Fallen city, living death

Not dead wich eternal lie
Stranger eons, death may die
Drain you of your sanity
Face the Thing That Should Not Be"



posted by Manhaes at 1:46 PM
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