A Single Kiss ano X:
The Chestnut Tree Café
"Under the spreading chestnut tree, I sold you and you sold me"
-- George Orwell - "1984"

Após anos sob interdição, o Chestnut Tree Café agora se dedica a registrar as Crônicas de um Escravo de Colarinho Branco.

Música:
R.E.M.
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Leonard Cohen

Mas um dia foram:
Metallica
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Filmes:
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Escritores:
F. Dostoievski
J.R.R. Tolkien
Leonard Cohen
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Lendo no momento:
F. Dostoievski - Um Jogador

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The Inner Party:
Após vários julgamentos públicos, há escassez de membros a indicar

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segunda-feira, agosto 02, 2004

 

Tosqueiras de Internet

A internet veio como esse milagre da comunicação, permitindo que (supostamente) todos tenham acesso a (supostamente) qualquer informação, e que qualquer um tenha a oportunidade de divulgar seu trabalho. O problema prático disso, associado à facilidade de uso de editores de áudio e vídeo, é que confunde-se "qualquer um pode divulgar seu trabalho" com "qualquer um acha que sabe fazer alguma coisa". Daí que para cada cartunista, desenhista, fotógrafo, músico, animador ou escritor minimamente decente que se encontra na internet, encontram-se centenas de outros medíocres, quando não péssimos, o que faz com que os bons acabem ficando perdidos no meio dos outros. Quem tem paciência, por exemplo, de navegar pelas centenas de tiras de quadrinho online que têm por aí à procura da eventual tira que preste em meio a uma avalanche de tiras fracas ou lugar-comum? Eu pessoalmente nunca olhei mais de três ou quatro, mesmo sendo apreciador desse formato. Pior ainda então no caso de animações em flash, que numeram nos milhares,

O problema nesse "qualquer um faz", parece ser a frase ser tomada demasiado literalmente: sim, qualquer um pode fazer, mas fazer algo bom depende de "algo mais" do que um editor de vídeo. O clássico The Boy With Immovable Hair prova que a qualidade técnica é secundária à criatividade de quem a emprega (hilária, nesse exemplo), mas infelizmente esse princípio é tomado pela metade na maioria das vezes: se a qualidade técnica não é importante, logo deve ser só fazer qualquer porcaria e pronto, porque a "ruindade é maneira", ignorando o quesito criatividade, que distingüe a "ruindade maneira" da "ruindade ruim". O Rather Good que eu indico aqui é exemplo desse limiar, são umas animações ruins de doer, e sequer são inteligentes. Pensando bem, nem tem porque ser engraçado, mas por alguma qualidade dele, é!

Daí que, ao me deparar com algum bom site de humor, eu rio com gozo dobrado: rio pelo humor em si, e pelo contentamento de encontrar algum humor bem sacado no meio da abundância de humores reciclados. De alguma maneira, existem pessoas que têm a paciência suficiente (ou ócio demasiado) de fazer tais levantamentos e encontrá-los por nós, e é nelas que a gente confia para nos indicar os trabalhos seletos. Vão aqui então algumas indicações recebidas de tosqueiras que bem mandadas:

-Spamusement, "Poorly-drawn cartoons inspired by actual spam subject lines!" -- É um site recente, eu peguei indicado no RTFM. O sub-título já descreve adequadamente o que é: títulos de propagandas de spam interpretados em charges com toda cara de terem sido feitas em 30 segundos em um guardanapo, mas ainda assim com minúcias que dão conta de expressar os absurdos das interpretações. Vejam um exemplo da acidez do humor dele na interpretação do anúncio we have your medicine.

-Disturbing Auctions, um outro site mais antigo do autor do Spamusement, esse não é propriamente um site de "trabalhos", mas ainda cabe no assunto, pelos comentários absurdos que o cara faz sobre os produtos. Esse site apresenta uma ampla lista de itens esdrúxulos que foram encontrados à venda em sites de leilão de internet. A ressalva, que torna as coisas mais esdrúxulas, é que não são vendas falsas (hoaxes como um rim humano) nem zoadas (como uma air guitar), elas são supostamente genuínas, ou seja, o vendedor e às vezes até um comprador levou a sério a coisa. No "hall of fame" deles consta esse singelo gator bride, um crocodilo empalhado vestido de noiva, enquanto nos acessórios você encontra esse porta-moedas de sapo -- que chegou a ser comprado! -- ou essa bolsa de saco de boi, ambos deveras aprazíveis também.

Entre as diversas categorias, tem a "Terrifying Dolls" que, embora eu ache meio redundante, ilustra minha opinião de que o lugar de bonecas, em especial as de porcelana, é em filmes de terror. Reparem como em diversos deles rolam umas transições de cena com close em alguma boneca de porcelana no cenário, e quão creepy é a expressão dela. E não é por causa do contexto do filme, repare naquela desbotada boneca de estimação que a sua amiga insiste em guardar há mais de 20 anos e deixar decorando o quarto, como ela não dá um ar fúnebre ao ambiente. A red-eye doll, por exemplo, descrita como "causadora de pesadelos", não tem nada de esquisito, é uma boneca bem ordinária, mas não menos horripilante por causa disso. O big-hands baby então, nem se fala, parece criatura de filme B. E, na categoria "Brinquedos Emocionalmente Traumatizantes", a única coisa capaz de fazer frente ao terror de uma boneca de porcelana, o cymbal devil monkey (destaque para a foto de close up).

-E, last but not least, temos uma já bastante conhecida, a animação em flash The End of the World, vulgo "WTF" (what the fuck?), uma da animações mais hilárias que eu já vi, comentando sobre como o mundo deve acabar em uma troca de mísseis nucleares, com um narrador surtado de pronúncia hilária que faz merecer ser visto mais de uma vez para se pegar os detalhes resmungados. A coisa já começa na mensagem de now loading com um garrancho dizendo "long load, so STFU already!" (shut the fuck up), e só piora a partir daí.

Essa animação é hospedada no Albino Blacksheep, cheio de vídeos e animações de humor. Nem todos necessariamente bons, em alguns casos servindo de exemplo para a discussão acima, mas na média merecendo um passeio. Lá tem, por exemplo, infâmias como o Gollum Rap, a "cena do dicionário", o matrix ping-pong e o Super Mario Bros. 3 time attack (esse jogo imenso zerado em onze minutos), entre diversas outras.

* * *

E para manter o clima de hoje, to tosco ao grosseiro, Garotos Podres - "Mancha":

"A mancha no tapete parecia mingau
A mancha no tapete parecia mingau

Mas não era mingau, o que que era pessoal?

Era suco de cacete, era suco de pau!
Era suco de cacete, era suco de pau!"


posted by Manhaes at 11:19 AM
0 grito(s) contra o Grande Irmão



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