Feliz Dia de São Vito! "Back in the good old days when dancing meant exploding"
Dia 15 de Junho é dia de São Vito que, em meio à multidão de santos católicos, pelo que consta está listado entre uma seleta elite de "santos auxiliadores". Sei lá porque então, nas festividades de Junho, nós não ouvimos falar dele em meio a São João e Santo Antônio -- nenhum desses auxiliador, por sinal. Alguma injustiça não lembrar dele nessa época de tanta festa e dança populares, logo ele que é tão "dançante".
São Vito (ou Guido, conforme variação) é evocado na cura de várias doenças nervosas, entre elas nada menos do que a própria "Dança de São Vito", atualmente conhecida como Coréia de Sydenham, uma síndrome motora que "é caracterizada por rápidos movimentos involuntários em extremidades e face", geralmente associada a febre reumática (fontes: port., ing.). É um daquelas doenças que causam convulsões espasmódicas que se assemelham a uma dança, e que na Idade Média eram prato cheio pra se falar em possessão. Basicamente, o sujeito curou o filho de alguém desta doença, alguém ouviu falar e mandou matá-lo como bruxo, blábláblá, o sujeito virou mártir. De lá pra cá, o termo se tornou expressão figurada para situações confusas e caóticas em geral, tipo "a situação política do Brasil está uma dança de são vito".
E o que eu, que não sou médico nem católico, tenho a ver com isso?
Claro que eu cheguei nesta informação pelo caminho inverso: "St. Vitus Dance" é o título de duas músicas distintas, uma do Bauhaus e outra do Black Sabbath, ambas na minha discografia básica, então eu tive que ir averiguar do que se tratava. Nenhuma das duas fala da doença per se, ambas tomando o termo no seu sentido figurado, cada uma para seu propósito: a do Black Sabbath fala, a grosso modo, de uma situação caótica com uma mulher (ou de uma situação com uma mulher caótica); já a do Bauhaus fala do criador de uma espécie de dança pirotécnica e sua performance visceral, seja lá de onde eles tenham tirado isso (fontes elucidativas são bem vindas).
Logo, é claro que todo esse post é apenas um pretexto para, em homenagem a este dia, citar Bauhaus (que aparentemente é só o que eu sei fazer por aqui, e a do Sabbath não é lá muito dançante), e propor uma dança de quadrilha ao som de "St. Vitus Dance", que eu enfaticamente recomendo a quem não conheça que baixe para poder dar uns espasmos ao som dela:
"Back in the good old days when dancing meant exploding
The idea was simple for a decent overloading
And for a multiple flash with no chords attached
He came up with a more remote flash trigger
It's connected to an accessory in his hip
Which automatically fires in perfect synchro
But perhaps his most exciting development is his angle
They call it the dance
It's the St. Vitus dance
Such flexibility, what an accessory
See his soft bounce, what flexibility
Such a soft bounce, what an accessory
And for special effects he has six filters
Three coloured red with the others pilfered
And if you really want to know what that means
He could throw a blue flash from eighty five feet
Of course you might want to check your own little output
So we devised a few simple and easy to crack contortions
So you can bump and scrape all the day through
With the dance
It's the St. Vitus dance, the St. Vitus dance
Such flexibility, what an accessory
Such a soft bounce, what flexibility
Such a soft bounce, check his hot shoe
Feel his output
He's a light machine, see his angle
He's a light machine"