Só para quebrar o silêncio, um comentário sobre algo que eu li hoje que me deixou meio alarmado. Folheando o Globo do dia em uma sala de espera, eu vi na capa do caderno Megazine essa matéria (é preciso ser cadastrado no site do Globo para ler esse link, é só dar aquele email antigo que você não usa mais para evitar os spams) falando sobre uma pesquisa que levantou a postura de 3500 jovens de 15 a 24 anos quanto a trabalho, e de quebra outras posturas sociais.
O dado que me alarmou nem é lá tão importante, e era meramente complementar na pesquisa: 22% dos entrevistados acham que viver em uma democracia ou em uma ditadura não faz diferença (pelo menos foram só 22%, mas ainda assim...), e 46% não sabiam o significado do termo "socialismo"!
Não estou aqui prezando nem defendendo o Socialismo, mas pensem nisso, além da impressionante falta de conhecimento histórico recente que isso demonstra, isso nos leva a crer que essas pessoas sequer cogitam que exista realidade fora do Capitalismo! Não estamos falando de algum evento ou nome obscuro da história distante, mas de um dos movimentos definidores (tanto por si só quanto pelo confronto com o Capitalismo na Guerra Fria) definidores do séc.XX, com repercursões diretas no nosso país!
Só pelos dados apresentados eu tenho lá minhas dúvidas quanto a essa pesquisa, com dados como 90% dos jovens não terem experimentado maconha, eu acredito que das duas, uma: ou a amostra entrevistada não é nem um pouco representativa da população (todos os exemplos particulares citados eram da Zona Sul do RJ, seja de condomínios ou de favelas), ou a abordagem foi tal que os entrevistados não se sentiram à vontade para dar respostas verídicas em questões mais delicadas referentes a sexo e drogas - qualquer um dos casos sendo impedidor sério na validação de uma pesquisa.
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Vejam que coisa, hoje recebi um e-mail da Ana Ban (por sinal o primeiro que recebo originado de uma visita a esse blog), a tradutora de "Deuses Americanos" do Neil Gaiman. Sim, aquela mesma cujo trabalho eu havia detonado em um post passado... Não estou bem certo se ela foi bastante simpática e polida (ainda mais considerando a situação), ou se ela foi tão sutilmente sarcástica que eu nem percebi, mas entre mortos e feridos, creio que tenham se salvado todos. Eu até sustentei minhas críticas, mas quando você fica "frente" à pessoa criticada a coisa muda de figura, você se dá conta de que era de alguém real que você estava falando. Isso serve pra gente aprender a ter cuidado com o que e de quem a gente fala em canais públicos: com Google e boca-a-boca, todo mundo acaba sabendo de tudo.
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Semana passada eu vi "Kill Bill", mas como eu já estou mesmo atrasado para a leva de comentários a respeito do filme, vou esperar para comentar logo junto com "Tróia", pois eu acredito que os dois têm muito em comum, em termos de espectativas e histerias coletivas.