A Single Kiss ano X:
The Chestnut Tree Café
"Under the spreading chestnut tree, I sold you and you sold me"
-- George Orwell - "1984"

Após anos sob interdição, o Chestnut Tree Café agora se dedica a registrar as Crônicas de um Escravo de Colarinho Branco.

Música:
R.E.M.
Sisters of Mercy
Echo & the Bunnymen
Bauhaus
Kraftwerk
Nitzer Ebb
Leonard Cohen

Mas um dia foram:
Metallica
Iron Maiden
Ramones
Motörhead
Rage Against the Machine
Suicidal Tendencies

Filmes:
Big Fish
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Bicentennial Man
The Wall
Fight Club
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Escritores:
F. Dostoievski
J.R.R. Tolkien
Leonard Cohen
F. Nietzsche
W. Reich
Alan Moore
Frank Miller

Lendo no momento:
F. Dostoievski - Um Jogador

Posts de destaque:
Inauguração
MTV
A palavra
Adaptações para Star Wars
Santos-tolos I, II, III, IV
A Paixão de Cristo I, II
Nacionalistas
O Medo
Nossa geração
Patterns
A censura
Joseph Welsh e Michael Moore
Dostoievski I, II, III
The Young Ideas

The Inner Party:
Após vários julgamentos públicos, há escassez de membros a indicar

Aprovados pelo MiniTrue:

Virtual Bookstore - Brasil
International Movie Database
H.R. Giger Official Website
Video "Killing Time at Home"
Absurd - Design Anihilation
Sinfest
Albino Black Sheep
Something Awful
Anel Um PBM

Quem controla o passado controla o futuro:




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quinta-feira, abril 29, 2004

 

Livros, livros e mais livros!

Em geral eu só resmungo e falo mal de deus e o mundo por aqui, mas quando aparece algo louvável, a ode é devida. Já faz algum tempo que a Editora Martin Claret é uma daquelas editoras que vêm buscando fazer sua parte em recobrar o hábito de leitura do brasileiro, que há décadas é atrofiado graças à cultura da ditatura militar de se manter os livros com preços exorbitantemente irreais, logo fora do alcance do povo em geral. Até mesmo para a classe média e média-alta o consumo de livros fica limitado, com um livro qualquer na faixa de 40-50 reais, em média.

E o mais grave é que isso se aplica até mesmo a livros clássicos, que não têm mais direitos autorais (direitos autorais expiram 50 anos após a morte do autor), logo não teriam sequer desculpa para serem caros (e as obras completas do Freud, hein? O vienense morreu há mais de 50 anos e a edição da Imago continua pra lá de 800 reais...). Ok, se você quer a mega edição de luxo, beleza, mas o que impede a edição popular em material barato de circular também?

O que nos traz a editoras como a Martin Claret e a LP&M Pockets, que vêm tentando (re)criar o nicho de mercado do livro de bolso, que por uma miopia mercadológica a maioria das editoras ignoram. Na edição popular, o ganho da editora é de poucos centavos por exemplar, ficando o lucro da editora dependente do consumo massivo do livro: como poucos brasileiros compram livros, elas não fazem edições populares, e como elas não fazem edições populares, poucos brasileiros compram livros, propiciando um ciclo vicioso que se auto justifica. As poucas editoras que investem nesse canal, então, cumprem o importante papel de trazer livros "obrigatórios" (de Homero a Eça de Queirós, confiram a listagem na sessão "A Obra Prima de Cada Autor" no site acima) tanto ao público que os desconhece quanto àquele que "quer mas não pode". E com a diferença essencial de veiculá-los em pontos de venda populares como bancas de jornal, partindo do princípio de que o público que eles querem conquistar não entra habitualmente em livrarias - levar o produto até o público alvo, isso não é capitalismo usado para o bem? Embora alguns títulos dessas séries me pareçam nunca aparecer em bancas, apenas em livrarias mesmo.

Mas, pela minha experiência, o diferencial da Martin Claret é a qualidade das publicações, tanto na encadernação quanto na tradução e preservação do texto integral. A LP&M, por exemplo, traz textos mutilados e traduções sofríveis, com erros não só na tradução da língua original mas no próprio português! Os livros ficam tão descaracterizados que, qualquer que seja o autor que você esteja lendo, todos soam iguais. Já a Martin Claret traz livros bem encadernados, que resistem incólumes um bom manuseio e maus tratos no fundo da mochila, com texto bem preservado, por 15,90 fixos!

Então, foi com alegria que ontem, fazendo hora na Saraiva do Rio Sul, eu dei de cara com a edição da Martin Claret de "Os Irmãos Karamazov" do Dostoievski, que há tempos eu só encontrava em edições luxuosas de 80 reais em livrarias, ou em edições putrefatas em sebos (e mal-traduzidas, com o descaso editorial que parece ter sido típico em décadas passadas). E parece haver algo de cármico em questão, já que foi também fazendo hora na Saraiva (só que do Botafogo Escada Shopping), que ano passado eu esbarrei em "Crime e Castigo" do mesmo Dostoievski, publicado na mesma coleção. 15,90, quando você está começando a se conformar a pagar os tubos pelo livro!

Da mesma forma, eu já estava conformado a pagar quarenta e poucos reais no "Psicologia de Massas do Fascismo" do Reich, quando em uma visita de últimas esperanças à livraria da Vozes não é que eu o encontro por 27 reais? E em seguida descubro, com mais 20% de desconto, 21,60! Notem que mesmo o preço de catálogo na Vozes (42,50) era inferior ao da livraria da Martins Fontes (46,00), editora do livro. Aahh...

E pra arrematar minha onda de alimentar o intelecto e o consumismo literário sem ofender o bolso, "Utopia" do Thomas More e "The Origin of Species" do Darwin por aquele precinho camarada que só a Beringela sabe fazer... :)

Agora é só esfregar um ímã no meu HD pra conseguir voltar a dedicar meu tempo livre mais à leitura do que ao computador...

* * *

"What is the name of the thing that lets you know that time is happening?"
"Change"


posted by Manhaes at 12:52 AM



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