A Single Kiss ano X:
The Chestnut Tree Café
"Under the spreading chestnut tree, I sold you and you sold me"
-- George Orwell - "1984"

Após anos sob interdição, o Chestnut Tree Café agora se dedica a registrar as Crônicas de um Escravo de Colarinho Branco.

Música:
R.E.M.
Sisters of Mercy
Echo & the Bunnymen
Bauhaus
Kraftwerk
Nitzer Ebb
Leonard Cohen

Mas um dia foram:
Metallica
Iron Maiden
Ramones
Motörhead
Rage Against the Machine
Suicidal Tendencies

Filmes:
Big Fish
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Bicentennial Man
The Wall
Fight Club
Before Sunset

Escritores:
F. Dostoievski
J.R.R. Tolkien
Leonard Cohen
F. Nietzsche
W. Reich
Alan Moore
Frank Miller

Lendo no momento:
F. Dostoievski - Um Jogador

Posts de destaque:
Inauguração
MTV
A palavra
Adaptações para Star Wars
Santos-tolos I, II, III, IV
A Paixão de Cristo I, II
Nacionalistas
O Medo
Nossa geração
Patterns
A censura
Joseph Welsh e Michael Moore
Dostoievski I, II, III
The Young Ideas

The Inner Party:
Após vários julgamentos públicos, há escassez de membros a indicar

Aprovados pelo MiniTrue:

Virtual Bookstore - Brasil
International Movie Database
H.R. Giger Official Website
Video "Killing Time at Home"
Absurd - Design Anihilation
Sinfest
Albino Black Sheep
Something Awful
Anel Um PBM

Quem controla o passado controla o futuro:




Content copyright protected by Copyscape website plagiarism search

quinta-feira, outubro 23, 2003

 

"The Wall": Não há muito o que dizer desse filme que já não tenha sido dito. Um dia eu comentei com um amigo que nem gostava de Pink Floyd, mas que tinha achado esse filme muito bom; a resposta dele foi perfeita: "não precisa gosta de Pink Floyd pra gostar de "The Wall", "The Wall" nem Pink Floyd é. Meu comentário é sobre a exibição na sessão de meia noite no Odeon.

Chance difícil de recusar essa de ver o filme num telão com som alto e de qualidade (eu só tinha visto em vídeo uma vez pra faculdade, e foi algo meio técnico, sem entrar muito na história). Lá fui eu crente que o lugar ia estar repleto de velhos hippies e "roqueiros" de velha guarda. Ledo engano, só uma molecada descerebrada que logo na primeira cena -- na qual o filme vai logo mostrando a que veio - foi também mostrando a que veio.

Uma cena dos portões de um estádio se abrindo para que uma turba de jovens fãs avance ensandecida, empurrando e pisoteando uns aos outros, na direção da câmera rumo ao palco de um show, sendo alternada com uma de soldados da Segunda Guerra avançando em carga pelo campo de batalha para serem abatidos por fogo inimigo, prontamente recebida por gritos de "Uhu, roquenrou!" não pode ser bom sinal...

É incrível, aquelas pessoas parecem não ter a menor idéia de qual é a desse filme. Um filme sobre um homem profundamente infeliz e incapaz de amar, desmoronando, e a galera vibrando achando tudo o maior barato? O que eu admiro muito nesse filme é a maneira como eles conseguiram comentar a gênese da miséria emocional com um conteúdo rico mas sem ser discursivo ou técnico, e de maneira poética mas sem ser banal, o melhor de dois mundos. É um daqueles raros filmes que são sobre algo, que valem a pena parar pra prestar atenção, mas de alguma maneira essas pessoas associaram quase como um arco reflexo à maconha, se anestesiando a qualquer chance que o filme poderia ter de exercer algum efeito sobre elas que não fosse "Uhu, roquenrol!". E de quebra, claro, comentendo uma puta falta de respeito, já é argumentável que quem vai a uma boate tenha que aturar a nuvem de maconha, mas em um cinema não tem conversa.

Bom, conversa tinha, aquelas típicas patotinhas fazendo gracinhas e piadinhas a todo instante, tentando se mostrar pros amigos enquanto protegidos pelo manto de anonimato e pelo efeito-matilha. Vibrar por que apareceram os peitos de uma groupie é foda, né? Fazendo tanto barulho que chegavam ao contra-senso de, em meio à própria gritaria, gritar reclamando que não conseguiam ouvir por que "o som estava baixo" (quando na verdade estava à beira de se distorcer de tão alto). E não era sequer cantando junto com o filme, antes fosse, era white noise e piadinhas forçadas mesmo. Pô, não é um filme de lazer como eu comentei acima, como um "Rocky Horror Picture Show" cuja proposta é caos e bagunça mesmo.


posted by Manhaes at 2:30 AM



Counter